O setor da Construção Civil encerrou 2024 com um desempenho positivo, registrando um crescimento de 4,3% no Produto Interno Bruto (PIB) e atingindo um montante de R$ 359,523 bilhões , segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e destacados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) . O resultado superou as projeções iniciais da CBIC, que estimava um crescimento de 4,1% para o ano.
Fatores impulsionadores do crescimento
O aquecimento do mercado de trabalho, o aumento das obras em ano eleitoral e a retomada do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foram os principais motores do desempenho positivo. O programa registrou um crescimento expressivo, com alta de 43,3% nas vendas e de 44,2% nos lançamentos , evidenciando sua relevância para a economia e para a geração de empregos diretos e indiretos.
Outro destaque foi o impacto na produção de insumos típicos da construção , que cresceu 5,5% em 2024, revertendo a queda de 2,8% observada no ano anterior. Esse avanço acompanhou a alta na demanda por materiais, impulsionada pela retomada de obras habitacionais e de infraestrutura.
No mercado imobiliário, as vendas de apartamentos novos aumentaram 20,9% , enquanto os lançamentos cresceram 18,6% . Em números absolutos, as vendas passaram de 331.359 unidades em 2023 para 400.547 em 2024 , e os lançamentos subiram de 323.329 para 383.483 no mesmo período . Esses resultados refletem o interesse dos consumidores, incentivado por condições de financiamento mais acessíveis.
Geração de empregos e impacto econômico
O crescimento do setor também teve reflexos diretos na geração de empregos formais , com a criação de 110.133 novas vagas , elevando o total de trabalhadores na Construção Civil para 2,858 milhões . Os três segmentos da construção — Construção de Edifícios , Serviços Especializados para a Construção e Obras de Infraestrutura — apresentaram saldo positivo de admissões, indicando um cenário de crescimento sustentável.
A CBIC destacou ainda que a Construção Civil foi o terceiro maior contribuidor para o crescimento do PIB nacional , ficando atrás apenas de Serviços de Informação e Comunicação (6,2%) e Outras Atividades de Serviços (5,3%) . O impacto positivo também foi sentido na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) , que cresceu 7,3% , elevando a taxa de investimento do Brasil para 17% , acima dos 16,4% registrados em 2023.
Desempenho no quarto trimestre
No quarto trimestre de 2024, o setor manteve o ritmo de crescimento, com uma alta de 2,5% em relação ao trimestre anterior. Em comparação ao mesmo período de 2023, o PIB da Construção Civil cresceu 5,1% , superando a expansão de 3,6% da economia nacional.
Perspectivas para 2025
Apesar do desempenho robusto em 2024, as projeções para 2025 apontam um crescimento mais moderado. A CBIC estima que o setor deva crescer 2,3% no próximo ano , influenciado pelo alto patamar das taxas de juros, que podem chegar a 15% ao ano , impactando o acesso ao crédito e os investimentos.
José Antônio Valente, diretor da empresa de locação de equipamentos Trans Obra , em Fortaleza (CE), destacou que o crescimento do setor reflete diretamente na demanda por maquinários e ferramentas especializadas. “Com a retomada do Minha Casa, Minha Vida e o aumento significativo no número de lançamentos e vendas de imóveis, é natural que o setor de locação de equipamentos também registre um desempenho positivo”, afirmou.
Segundo ele, empresas que trabalham com aluguel de maquinário se beneficiam diretamente do aquecimento do mercado, já que muitas construtoras optam por alugar equipamentos como escavadeiras, betoneiras e compactadores, otimizando custos e aumentando a eficiência operacional.
Franquias de locação de equipamentos como alternativa estratégica
José Antônio ressaltou ainda que as franquias de locação de equipamentos para construção civil estão se consolidando como uma alternativa estratégica e altamente rentável. “Impulsionadas pelo aquecimento da economia e pelo aumento das obras em andamento, essas empresas têm ampliado sua participação no mercado, contribuindo para a modernização das obras e a redução de custos para as construtoras”, concluiu.
Com isso, o setor da Construção Civil segue como um dos pilares do crescimento econômico brasileiro, gerando empregos, impulsionando a indústria de insumos e fortalecendo a cadeia produtiva nacional.
