O setor da construção civil no Brasil alcançou em maio de 2025 a marca de 3.006.760 trabalhadores com carteira assinada, o maior número desde outubro de 2013, segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Esse volume representa quase 1,5% da população brasileira e um crescimento de 0,56% em relação ao mês anterior, consolidando uma tendência positiva nos últimos meses.
No comparativo anual, a construção civil registrou um avanço de 3,4% no total de empregos formais, com a criação de 98.734 novas vagas nos últimos 12 meses encerrados em maio. O dado confirma a trajetória de crescimento contínuo do setor, que em junho de 2024 contava com 2.908.026 trabalhadores registrados.
Menor geração de empregos do ano em maio
Apesar do desempenho positivo no acumulado, o mês de maio de 2025 trouxe sinais de desaceleração. Foram 16.678 novas vagas criadas, número 47,24% menor que o registrado em abril, quando foram abertas 31.612 vagas. Esse é o menor volume mensal de empregos gerados no ano até agora.
Entre janeiro e maio, o setor somou 149.233 postos de trabalho formais, uma queda de 6,7% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram geradas 159.957 vagas.
Juros altos preocupam o setor
Para Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os números demonstram a relevância estrutural da construção civil como geradora de empregos, mas também evidenciam os efeitos de um cenário econômico desafiador.
“O setor da construção tem cumprido seu papel como um dos principais motores do emprego no país. Mas a desaceleração de maio exige atenção, pois pode estar relacionada aos juros altos, que impactam diretamente os investimentos em obras e habitação”, ressalta Correia.
Segmentos que mais contrataram
No acumulado do ano, o destaque na geração de empregos foi para a construção de edifícios, com 59.726 novas vagas. Em seguida, vieram os serviços especializados para a construção, que criaram 45.252 postos, e as obras de infraestrutura, com 44.255 novos empregos formais.
A proximidade com o recorde de outubro de 2013, quando o setor atingiu 3.073.915 trabalhadores formais, reforça a importância da construção civil na economia brasileira, ao mesmo tempo em que os dados de maio servem como alerta para a necessidade de estímulos e políticas econômicas adequadas para sustentar o ritmo de crescimento.