Fortaleza – CE | sexta-feira 20 de junho de 2025 / 21:38

Tecnologia transforma a construção pré-fabricada com mais precisão, produtividade e sustentabilidade

Inovações como BIM, IA e automação industrial elevam a qualidade e a escala da construção pré-fabricada no Brasil, aponta especialista da Garder Engenharia

A construção pré-fabricada vem ganhando cada vez mais espaço no setor da engenharia civil — e, para atender às exigências de precisão, produtividade e padronização, a tecnologia se tornou protagonista. É o que afirma Daniel Matos, engenheiro civil da Garder Engenharia, empresa especializada no segmento.

Segundo ele, a tecnologia promove a integração de sistemas que controlam qualidade, logística e produção, além de viabilizar o ganho de escala sem comprometer a excelência da entrega final.

Entre os avanços mais relevantes, Matos destaca a automação de formas metálicas e moldes, garantindo precisão dimensional e repetibilidade dos componentes, além da adoção de sistemas de gestão e rastreabilidade, que otimizam o controle de qualidade em tempo real.

Outra inovação importante é o uso de concreto de alto desempenho, que melhora a durabilidade das estruturas e reduz falhas no processo. Já a integração entre projeto e produção, por meio de ferramentas como CAD/CAM e modelagem digital, tem se mostrado essencial para a previsibilidade e eficiência da obra.

Nesse contexto, ganha destaque o uso crescente do BIM (Building Information Modeling) — uma tecnologia que permite criar representações digitais 3D das peças, simular o desempenho das estruturas e planejar a montagem com precisão.

“A modelagem BIM proporciona compatibilização entre disciplinas, antecipação de interferências e maior controle durante todo o ciclo de vida do projeto”, explica Matos. “Além disso, tecnologias como inteligência artificial já estão sendo aplicadas para manutenção preditiva, logística e otimização de produção.”

Outro recurso emergente é a impressão 3D, que embora ainda esteja em estágio inicial no Brasil para estruturas em grande escala, já é usada para protótipos e peças personalizadas, com grande potencial de crescimento.

Pedro Santana, também engenheiro da Garder, destaca o impacto da digitalização no controle da obra. “Do projeto à montagem, todas as fases podem ser sincronizadas. Isso resulta em redução de retrabalho, previsão mais precisa de cronogramas, gestão visual com dashboards e rastreabilidade total de cada peça produzida.”

Além do ganho técnico, a sustentabilidade é um benefício direto da adoção tecnológica. No ambiente industrial da Garder, o objetivo é minimizar resíduos e perdas de materiais. Softwares de corte otimizam o uso de insumos, e o transporte das peças é planejado para evitar desperdícios, algo muito comum em obras convencionais.

Olhando para o futuro, Matos e Santana apontam tendências que devem consolidar ainda mais o setor: aplicação de robótica nas montagens em campo, uso de módulos pré-fabricados em obras comerciais e industriais, incorporação de materiais sustentáveis e customização em larga escala com base em dados e IA.

“A construção pré-fabricada tende a crescer especialmente em contextos onde se exige maior rapidez, qualidade e menor dependência de mão de obra especializada, em um momento em que há escassez de profissionais no setor”, conclui Santana.

Fonte: Redação

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