Fortaleza – CE | sexta-feira 14 de março de 2025 / 12:42

Construção civil investe mais de R$ 330 milhões em segurança do trabalho em 2024, reduzindo acidentes

Aumento de 12,5% nos investimentos reflete compromisso com a prevenção; taxas de acidentes atingem níveis históricos

O setor da construção civil demonstrou um compromisso crescente com a segurança do trabalho em 2024, investindo mais de R$ 330 milhões para garantir a saúde e a integridade física de seus colaboradores. Esse valor representa um aumento de 12,5% em relação a 2023, quando foram aplicados R$ 296 milhões . Os dados são da pesquisa “Acidentes de Trabalho nas Obras” , realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) , que ouviu gestores de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) em 898 canteiros de obras espalhados pelo Brasil.

Investimentos em equipamentos e treinamentos

Os recursos destinados à segurança do trabalho foram aplicados principalmente na aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) :

  • EPI: Foram investidos cerca de R$ 231,5 milhões , beneficiando 76.573 trabalhadores . Em média, cada profissional recebeu R$ 252 mensais em equipamentos como capacetes, luvas, botas e óculos de proteção.
  • EPC: O setor empregou R$ 101,8 milhões em equipamentos coletivos, com uma média de R$ 9.446 por obra/mês . Esses recursos incluem itens como andaimes certificados, redes de proteção e sistemas de contenção de quedas.

Além disso, houve um aumento significativo no tempo dedicado aos treinamentos preventivos . Cada trabalhador recebeu, em média, 8 horas de capacitação , um crescimento de 21% em relação às 6,6 horas registradas em 2023. Os cursos abordaram normas técnicas, legislações e boas práticas relacionadas à saúde e segurança no ambiente de trabalho.

Resultados positivos: queda nas taxas de acidentes

Os investimentos resultaram em melhorias expressivas nos indicadores de segurança. A taxa de acidentes por trabalhador caiu para 0,02% , refletindo o sucesso das medidas preventivas adotadas. Outros índices também destacam os avanços:

  • Taxa de Frequência (TF): Ficou em 10,4 acidentes por milhão de horas trabalhadas , considerado um desempenho muito bom para o setor.
  • Taxa de Gravidade (TG): Atualmente em 167,5 , o índice mede os dias perdidos por afastamento, incapacidade permanente ou morte. Para referência:
    • Até 500 : Muito bom
    • 500,01 a 1.000 : Bom
    • 1.000,01 a 2.000 : Regular
    • Acima de 2.000 : Péssimo

Esses números reforçam que as ações implementadas estão gerando resultados concretos, preservando vidas e reduzindo os impactos econômicos e sociais dos acidentes de trabalho.

Compromisso com ESG e SST

Para Luiz França , presidente da ABRAINC, os resultados demonstram o amadurecimento do setor em relação à gestão de riscos e à promoção de ambientes de trabalho mais seguros. “Vemos que, a cada ano, esses números são mais positivos, mostrando que a aplicação desses recursos está dando resultados e, principalmente, preservando vidas. Isso também reflete a preocupação crescente das incorporadoras com as agendas de ESG (Ambiental, Social e Governança) , que têm como prioridade a proteção dos colaboradores”, afirmou.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar dos avanços, o setor reconhece que ainda há espaço para melhorias. A construção civil continua sendo uma das atividades com maior risco ocupacional, exigindo investimentos contínuos em tecnologia, treinamento e conscientização.

A tendência é que as empresas continuem ampliando suas iniciativas de segurança, especialmente com a adoção de novas tecnologias, como ferramentas digitais para monitoramento em tempo real e automação de processos perigosos. Além disso, a integração de práticas sustentáveis e a valorização do bem-estar dos trabalhadores devem seguir como prioridades estratégicas.

Com isso, o setor da construção civil consolida sua trajetória de progresso, demonstrando que investir em segurança não apenas salva vidas, mas também contribui para a eficiência operacional e a reputação das empresas no mercado.

Fonte: Redação

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