A indústria do cimento responde por cerca de 7% das emissões globais de gás carbônico. No Brasil, essa participação é significativamente menor, correspondendo a 2,3%, segundo o último Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa.
Com o compromisso de contribuir com a descarbonização da economia, o setor traçou metas ambiciosas. O Roadmap Tecnológico do Cimento, lançado em 2019 em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA), Corporação Financeira Internacional (IFC) e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), estabelece a meta de reduzir as emissões em 33% até 2050, o equivalente a 420 megatoneladas de CO₂ por ano.
O objetivo é reduzir a emissão por tonelada de cimento produzido de 564 kg (mínimo já registrado) para 365 kg de CO₂. “Entendemos que é preciso avançar em todas as frentes para eliminar ou mitigar as emissões, oferecendo soluções tecnológicas de forma orientada para o futuro. Isso requer ações inovadoras, engajamento ativo e colaboração de muitos atores”, afirma Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do SNIC.
Evento nacional discute ações climáticas do setor
Como parte das iniciativas para atingir essas metas, o setor organiza o 9º Congresso Brasileiro do Cimento (CBCi) e a ExpoCimento, que acontecem de 30 de junho a 2 de julho, no Golden Hall WTC, em São Paulo. O evento tem como foco o Plano Clima, que será apresentado na próxima COP 30.
Entre os palestrantes confirmados estão:
- Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC;
- Aloisio Melo, Secretário Nacional de Mudança do Clima do MMA;
- Thomas Guillot, presidente da Global Cement and Concrete Association (GCCA), considerado uma das principais autoridades globais em descarbonização da indústria do cimento.
O evento contará com mais de 100 palestras e uma ampla área de exposição dedicada aos fornecedores do setor da construção civil.
“Nosso setor é responsável por cerca de 82 mil empregos e movimenta uma receita anual de aproximadamente R$ 26,5 bilhões. Temos um papel crucial na sustentabilidade, especialmente na substituição de combustíveis fósseis por fontes alternativas”, conclui Penna.
