Em um ano em que o Brasil se torna protagonista das discussões ambientais globais ao sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), a indústria nacional do cimento se posiciona na vanguarda da pauta climática, destacando-se como referência internacional pela baixa emissão de carbono em seus processos produtivos.
Acompanhando esse movimento, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) promovem o 9º Congresso Brasileiro de Cimento (CBCi) e a primeira edição da Expocimento. Os eventos acontecerão entre os dias 30 de junho e 2 de julho, no WTC, em São Paulo, e reúnem especialistas, autoridades e lideranças do setor ambiental e industrial.
Durante o congresso, serão discutidas as diretrizes da COP30, os instrumentos de descarbonização incluídos na Estratégia Climática Brasileira e as principais ações implementadas pelo setor cimenteiro. O encontro contará com a presença de figuras importantes da política ambiental brasileira, como Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e Aloisio Melo, Secretário Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
As metas e perspectivas da indústria de cimento para atingir a neutralidade de carbono serão apresentadas por Thomas Guillot, presidente da Global Cement and Concrete Association (GCCA).
De acordo com Paulo Camillo Penna, presidente da ABCP e do SNIC, o setor tem se consolidado como modelo internacional graças a investimentos feitos ao longo dos últimos 20 anos em adições minerais, uso de combustíveis alternativos (coprocessamento) e melhorias na eficiência energética.
“O setor está empenhado, em parceria com o governo, na definição de metas que contemplem tanto a redução de emissões quanto o crescimento necessário para atender às demandas de infraestrutura e habitação no Brasil”, afirmou Penna.
Coprocessamento reduz emissões e ganha destaque no congresso
Segundo o relatório Panorama do Coprocessamento 2024, divulgado pela ABCP, a indústria cimenteira brasileira coprocessou cerca de 3,25 milhões de toneladas de resíduos ao longo de 2023 — o maior volume já registrado. Esse processo contribuiu para evitar a emissão de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂), quando comparado a métodos convencionais baseados no uso de coque de petróleo como combustível.
O tema será aprofundado em mesas redondas do 9º CBCi, que abordarão o coprocessamento como solução sustentável para a gestão de resíduos. Entre os participantes estão João Audi, vice-presidente de Economia Circular do Grupo Orizon, e Pedro Coelho Teixeira Cavalcanti, auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE).