Construção civil pode gerar até 200 mil empregos em 2020
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou, em recentes entrevistas ao site BR Político e ao jornal O Globo, que o setor deve crescer 3% este ano, o que representa um potencial para criação de 150 a 200 mil postos de trabalho formais até dezembro. A perspectiva de expansão se dá em cenário de juros baixos e inflação controlada. Conforme a previsão de Martins, 2020 pode superar a marca de 2019, que foi próxima de 100 mil postos de trabalho, e o número de vagas pode até crescer mais, caso o mercado imobiliário continue surpreendendo com os lançamentos.
Já o Minha Casa Minha Vida preocupa a indústria da construção, que considera indefinido o futuro do programa, especialmente para a chamada Faixa 1, que atende famílias que ganham até R$ 1,8 mil e recebem os maiores descontos.
Segundo o presidente da CBIC, no caso das grandes obras de infraestrutura, o ritmo ainda é modesto. Para ele, as licitações de maior porte podem começar em 2020, mas as obras de fato devem ficar para 2021.
José Carlos Martins avaliou que “tivemos um belo 2019, mas esperamos que 2020 seja muito melhor que nos últimos anos. De 2014 a 2018, até o primeiro trimestre de 2019, o setor encolheu 27,7% e isso gerou uma demanda reprimida muito grande, que agora começa a ser consumida. O consumo do imóvel sempre se dá em momentos econômicos adequados, ele acontece em função de vários fatores, em função do crescimento vegetativo da população, de quem casa, de quem descasa, envolve toda uma questão cultural, depende do tamanho de família, tudo isso. Então, essa demanda será consumida algum dia, e agora a gente entende que ele começou, esse consumo da demanda reprimida”.
Em suas entrevistas Martins ainda abordou a abrangência do setor representado pela CBIC. “O setor abrange quatro segmentos: o mercado imobiliário, o mercado de infraestrutura, o mercado das obras públicas e as obras industriais e corporativas. A gente acredita que a partir de 2020 todos esses quatro segmentos cresçam. Até 2019 o foco estava num mercado de habitação que atende as classes média e alta, com recursos da caderneta de poupança. A gente imagina que todo o segmento vai andar fortemente a partir de 2020”.
Em termos de políticas públicas, Martins afirmou que “os juros baixos estimulam o investimento. É uma condição necessária, mas não é suficiente para a economia. Quando o nosso setor for reativado, o restante virá junto”.
Fonte: creasp