Brasileiros preferem pagar mais em imóveis para terem conforto e espaço

Segundo dados, pesquisas e estudos, especialistas apontam que o momento de comprar imóveis é agora e os brasileiros estão dispostos a pagar mais caro por um espaço maior

O ano de 2020 trouxe um verdadeiro colapso para a população mundial. Com a eclosão da pandemia, vários setores sentiram os efeitos da crise provocada pela Covid-19. Devido ao alto contágio que o País sofreu, muitos adotaram o distanciamento social para conter a propagação do vírus, passando mais tempo em casa. As pessoas começaram a sentir a necessidade de ter um imóvel maior para seus momentos de lazer com a família, ou para otimizar o home office.

Porém, de acordo com um levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e na contramão dessa instabilidade, o setor de construção civil gerou mais de 30 mil contratações em 2020, somente no Estado de São Paulo.

Crescimento do mercado imobiliário

Em 150 capitais pesquisadas, houve um aumento de 27,1%, sendo vendidos 53.185 imóveis verticais novos no trimestre (Foto: Pexels/ Caio/ CreativeCommons)

Mesmo com o aumento dos insumos, como ferro, aço e cimento, que deixaram as obras mais caras, esse segmento manteve a expansão. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) projeta que a área de construção deverá ter, em 2021, o maior crescimento em 8 anos. A expectativa para este ano é de um aumento de 4% no PIB da construção, o que pode significar a geração de 200 mil novos empregos no setor.

Um levantamento realizado pela startup Homer, empresa que conecta corretores com imóveis para vender a corretores com clientes interessados em comprar, captou os últimos números para o mercado imobiliário. Segundo o estudo, de março de 2020 para cá, 46% dos profissionais do setor afirmaram que houve um crescimento de 10% a 30% na venda de imóveis, 14% notaram que as vendas aumentaram de 31% a 50%, e para 7% a alta foi de 51% a 70%.

O vice-presidente da área imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, também confirma esse crescimento. Segundo ele, das 150 capitais pesquisadas, houve um aumento de 27,1%, sendo vendidos 53.185 imóveis verticais novos no trimestre. Porém, os imóveis residenciais com espaço para home office seguem no topo da lista de mais procurados pelos compradores.

Preferência com imóveis residenciais

HOME OFFICE | As cores Pena de Ganso e Inverno Seco, da Suvinil, foram usadas no projeto (Foto: Divulgação / Marcelo Donadussi)

Antes da pandemia, os imóveis compactos em regiões mais centrais eram os mais procurados. Mas com o isolamento social, com as pessoas passando mais tempo em casa,  as necessidades mudaram e aumentou a busca por imóveis maiores e mais confortáveis, com espaço para home office, principalmente.

“Muita gente está priorizando a qualidade de vida e o equilíbrio entre pessoal e profissional, e os imóveis maiores, com áreas de lazer, mostram-se ótimas opções para ajudar a estimular o convívio familiar e gerar mais momentos de descontração”, afirma Livia Rigueiral, CEO do Homer.

Morar perto do trabalho deixou de ser prioridade com a possibilidade de manter o trabalho em home office ou pelo menos em um modelo híbrido, mesmo no pós-pandemia. Segundo outros dados levantados pelo Homer junto aos corretores de imóveis em março de 2021, na pandemia houve o movimento inverso do que víamos no passado, quando a procura maior era por imóveis em grandes metrópoles.

Além do home office, outro ponto que surgiu no País foi a vontade pela compra do primeiro imovel. “A necessidade das famílias conquistarem o primeiro imóvel está sendo muito expressiva no Brasil”, assente Petrucci.

Especialistas apontam que o momento de comprar imóveis é agora. Tanto para ter mais qualidade de vida ou para investir, devido às taxas de juros estarem bastante favoráveis ao consumidor nos financiamentos imobiliários.

Fonte: Casa & Jardim