Vendas na habitação saltam 25,5% no País

Em todo o País, as vendas somaram 45.267 unidades de janeiro até agosto um aumento de 25,5% frente a igual período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

Para especialistas, a política de queda dos juros tem tido papel importante na retomada das vendas. No fim de outubro, o Banco Central (BC) fez um novo corte na taxa básica de juros, a taxa Selic, para 7,5%.

Segundo estimativa do Bradesco, a cada corte de 1 ponto percentual nos juros básicos, a renda mínima exigida para financiar o imóvel cai de 6% a 8%.

Cálculos do banco indicam que a queda de 1 ponto percentual nos juros faz com que cerca de 1 milhão a mais de famílias passem a se tornar elegíveis a um financiamento imobiliário de R$ 200 mil.

Retomada

As economistas Daniela Cunha de Lima e Priscila Pacheco Trigo, do Bradesco, lembram que a concessão de crédito para financiamento imobiliário cresceu em setembro deste ano. Elas avaliam que as diferenças regionais afetam o ritmo de tomada do crédito imobiliário.

Reconstrução

Apesar do desemprego alto, nos estandes as incorporadoras sentem uma melhora, ainda que tímida, na confiança do consumidor, que voltou a pesquisar imóveis e também a fechar negócios, ajudando a reduzir o estoque de unidades imobiliárias.

Emprego

O emprego na construção civil também reage, mas em ritmo mais lento. No acumulado do ano, foram perdidas 28,1 mil vagas na construção. Em setembro, no entanto, foram criados 380 postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Um dos contratados foi Valderez Ferreira, de 40 anos.

“Sou pedreiro há 12 anos. Durante a crise, cheguei a voltar para Pernambuco quando o mercado de construção afundou. A saudade da família que ficou apertou e voltei para São Paulo para fazer bicos. Só agora fui registrado. Aos poucos, as coisas estão melhorando”.