Foco nas grandes obras
Com o intuito de impulsionar a economia, o Estado elegeu como uma das metas prioritárias para 2018 a aceleração de grandes obras de infraestrutura, capazes de colocá-lo em um novo degrau de desenvolvimento. Observar tal área com favoritismo é pertinente, pois os projetos em questão podem içar indicadores relevantes, atrair a atenção de investidores, gerar empregos e aumentar a qualidade de vida da população.
Com a perspectiva de progressiva melhora nos campos econômico e fiscal e o bom posicionamento financeiro obtido pelo Ceará mesmo durante a crise nacional, o momento é conveniente para destravar obras muito esperadas.
No terreno da mobilidade urbana, um projeto de expressivo porte deverá, enfim, ser finalizado: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que conectará Parangaba ao Mucuripe. Prevista inicialmente para a Copa do Mundo de 2014, a obra ferroviária rompeu, por muito, seu cronograma, arrastando-se até o ano de outra Copa, a da Rússia. Projeta a gestão estadual que o ramal, contemplando 13,4 quilômetros e cortando áreas nevrálgicas de Fortaleza, deverá ser entregue até o fim de 2018. Quando operar em sua completude, o VLT funcionará como um preponderante complemento aos cidadãos que se deslocam pela Capital.
A malha rodoviária do Estado também receberá reforços. Deverão ser investidos R$ 2 bilhões para a expansão e melhoria de estradas cearenses, continuando o processo que vem sendo realizado nos últimos anos. O investimento nas rodovias, cobrança constante do setor produtivo, reverbera em efeitos econômicos positivos.
Com uma malha satisfatória, o escoamento de mercadorias se dá com maior fluidez, beneficiando todos os atores envolvidos no processo, do produtor ao consumidor final, passando pelo revendedor. Também bebe dessa fonte o setor turístico, com o acesso facilitado a diferentes destinos.
Quanto ao transporte aquaviário, a expectativa é a entrega de parte das obras de ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), braço logístico fundamental para o crescimento econômico do Ceará. Estão inclusas no rol de pendências a construção de uma nova ponte de acesso ao terminal marítimo; novos berços de atracação; e uma rodovia destinada ao transporte de placas de aço, produzidas na Siderúrgica. A conclusão de tais melhorias, agregada à parceria com o Porto de Roterdã, tende a colocar o Pecém em um novo patamar logístico mundial. Calcula-se que o Cipp amplie em cinco vezes a movimentação de cargas.
A situação hídrica do Ceará também demanda ritmo intenso de trabalhos nas obras que podem amenizar a crise. A Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado (SRH) afirma que os três trechos emergenciais do Cinturão das Águas, que levarão as águas do Rio São Francisco para o Açude Castanhão, ficarão prontos ainda neste semestre.
O orçamento da obra, previsto pelo Ministério da Integração para este ano, é de R$ 95 milhões, 54% a menos do que o repassado em 2017 (R$ 209 milhões). Não será tolerável ocorrer novos atrasos no projeto, neste momento em que vários municípios sofrem agudamente com a escassez de água.
A economia cearense inicia 2018 rodeada de ares favoráveis. A conclusão dos grandes projetos supracitados é necessária para acelerar o desenvolvimento e garantir segurança hídrica, avanços no transporte coletivo e vantagens logísticas para o setor produtivo local.
Fonte: Diário do Nordeste